
O psicólogo Carl Jung define sincronicidade como acontecimentos que se relacionam por significado, em vez de por relação entre causa e efeito.
Quando uma amiga responde a uma mensagem que você acabou de enviar, essa resposta representa o efeito da sua ação de entrar em contato com ela, o que estabelece uma relação causal entre os eventos.
Se uma amiga envia uma mensagem para você e, coincidentemente, você estava pensando nela naquele exato momento, isso é sincronicidade, ou seja, é uma coincidência significativa.
Sincronicidade é um conceito importante para quem escreve ficção porque é fácil cair na armadilha de olhar para suas histórias limitada(o) por uma visão lógica e racional, onde tudo precisa se encaixar.
Enredo é uma rede de acontecimentos interligados por causalidade (a ideia de que tudo o que acontece tem um efeito), mas isso representa apenas a espinha dorsal da narrativa.
Gosto de pensar em uma história como uma rede de sincronicidades, ou seja, uma cadeia de coincidências significativas.
Para além dos grandes eventos que dão um senso de direção para o enredo, contemple que pequenos momentos podem enriquecer a narrativa.
Pense em situações cotidianas que, filtradas pelo que o protagonista está vivendo, evocam memórias, sonhos, frustrações, ambições, medos e associações significativas no contexto da história.
Uma história só com acontecimentos grandiosos e dramáticos é como um esqueleto sem músculo, sem órgãos, sem pele, sem coração.
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É curioso como em muitas histórias os pequenos momentos acabam se tornando os mais nítidos na lembrança após a leitura, como por exemplo a apresentação do Condado e sua vida pacata em O Senhor dos Anéis…