
Um arquétipo representa um modelo universal e reconhecível de uma ideia, experiência ou papel social. São os conceitos, mitos, símbolos e padrões de comportamento que ganharam status de “verdade testada pelo tempo” porque fizeram sentido para um grande número de pessoas ao longo dos séculos. Por isso, eles continuam sendo ensinados e reproduzidos até hoje.
Em narrativas de ficção, é comum o uso de personagens arquetípicos (o órfão, o herói, o forasteiro, o vilão, o mentor, a deusa, a matriarca, a princesa etc), imagens arquetípicas (o sol, o rio, o deserto, as montanhas, um coração, uma cobra, uma semente etc), eventos arquetípicos (nascimento, separação dos pais, casamento, morte etc) e experiências arquetípicas (a perda da inocência, se apaixonar, a busca por objetivos, a luta do bem contra o mal, o contato com nosso lado negro, a busca por uma identidade etc).
Por reproduzir ideias universalmente compreensíveis e familiares, arquétipos são capazes de evocar no leitor uma conexão imediata com o texto e uma reação profunda e inconsciente à narrativa. O reconhecimento do familiar no desconhecido permite uma interpretação mais pessoal da história, o que resulta em empatia emocional – a capacidade de sentir as emoções de outra pessoa como se fossem nossas.
Arquétipos se tornam clichês quando o escritor os reproduz de forma genérica e superficial, sem estabelecer uma relação com o contexto específico da história e sem oferecer uma interpretação pessoal de seus significados.
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2 Comments
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Gostei do texto , uma técnica interessante para quando estamos na face do projeto do livro. Porém ,penso eu que quando se parte para a escrita em si, é necessário deixar o imaginário e a criatividade fluírem.
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Author
Oi Magaly
Acredito que pensar em arquétipos, assim como em qualquer outro conceito relacionado à escrita de ficção, é simplesmente uma forma do escritor ganhar perspectiva sobre suas ideias. Concordo com você que, no momento da escrita, a imaginação é o melhor guia.
Obrigado pela leitura e pelo comentário.