
Foto de Gentrit Sylejmani no Unsplash
John Naber ganhou quatro medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos de 76 em Montreal, cada uma delas estabelecendo um recorde mundial. Uma vez, ele disse algo em uma entrevista que nunca esqueci.
Um repórter perguntou a Naber: Qual é a diferença entre um bom nadador e um ótimo nadador? Veja como Naber respondeu (estou parafraseando o que lembro):
“Em natação competitiva, no instante em que você entra na água, você entra na zona da dor. Seu coração está martelando, seus pulmões estão ardendo, seus músculos estão se esforçando ao máximo. É um inferno.
A diferença entre um bom nadador e um grande nadador é que o grande nadador tem a capacidade de ir um pouco mais fundo na zona da dor… e ficar lá por um tempo um pouco mais longo.”
Acabei de terminar um romance […] e estou afundado na zona da dor. Resistência está me atordoando. Penso no John Naber todos os dias.
Gloria Steinem disse uma vez: “Eu não gosto de escrever. Eu gosto de ter escrito.”
Me ajuda muito lembrar, primeiro, que existe uma zona da dor e, em segundo lugar, que ela é universal. Todos nós, eventualmente, entramos nessa zona. Todos nós sentimos nossos pulmões ardendo, nosso coração prestes a explodir para fora do nosso peito. Todos nós queremos desistir. Todos nós queremos deixar tudo de lado, só um pouquinho, para que esse esforço desgastante pare de doer tanto.
Eu continuo pensando no que disse John Naber.
“A diferença entre um bom nadador e um grande nadador é que o grande nadador tem a capacidade de ir um pouco mais fundo na zona da dor… e ficar lá por um tempo um pouco mais longo.”
Steven Pressfield autorizou a publicação da tradução de Diego Schutt do texto original em inglês. É proibida a reprodução desse artigo sem autorização por escrito.