Para produzir o primeiro rascunho de uma história, você pode escolher entre duas formas de escrever: como um escritor arquiteto ou como um escritor jardineiro.
Escritores arquitetos preferem refletir sobre sua ideia, planejar os pilares da estrutura de sua história e projetar uma experiência de leitura antes de começar a escrever. Eles decidem de antemão quem são os personagens, os principais acontecimentos do enredo e o que estão tentando expressar com seus textos. Tais escritores focam primeiro em desenvolver uma visão macro e conceitual da estrutura da narrativa e, mais tarde, usam essa planta baixa como referência para construir cada cômodo da história. Arquitetos usam uma abordagem mais racional para escrever. Eles partem do geral para o específico.
Escritores jardineiros preferem plantar sementes de ideias na página em branco e começar a escrever a partir de uma inspiração. Eles descobrem suas histórias à medida que seus textos vão crescendo e ganhando corpo. São escritores que gostam de mão na terra, pé no barro, de observar as cores das palavras e sentir a textura das frases. Tais escritores começam a escrever inspirados por uma ideia aleatória e vão, aos poucos, descobrindo e estruturando a história que desejam contar. Jardineiros usam uma abordagem mais espontânea para escrever. Eles partem do específico para o geral.
Em algum momento do processo de criação, escritores arquitetos precisam jardinar suas ideias e escritores jardineiros precisam arquitetar suas histórias. Nenhuma opção é melhor que a outra, mas identificar qual das abordagens o motiva a terminar o primeiro rascunho de um texto pode tornar você um escritor mais produtivo.
Leia as dicas 1 à 50.
Leia as dicas 51 à 100.
10 Comments
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Pelo que vejo eu uso mais a abordagem racional, mas gostaria mesmo de ser mais espontânea.
Quando escrevo gasto muito tempo só pensando em como deveria mostrar tal cena ou como dizer tal coisa, então acabo pensando mais do que escrevendo.
Estou tentando estimular meu outro lado, mas é difícil ignorar os pensamentos que passam pela cabeça, sempre querendo interfirir no que escrevo. -
Muito obrigado por desenvolver um tópico com base na minha pergunta. Ajudou a esclarecer certas dúvidas minhas. Leio diariamente esse MARAVILHOSO site.
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É nóis Laís.
Também escrevo de uma forma absurdamente racional. Por isso acredito que ser espontâneo é bem melhor, até mesmo porque já ouvi a frase “Escreva bêbado. Reescreva sóbrio”. O único problema é o lendário e reconhecível auto-crítico. Para mim, que tenho um péssimo hábito de perfeccionismo, fica difícil me livrar desse desgraçado no processo de escrita, e isso me pertuba, porque amo escrever por causa da perspectiva de fazer o que quiser, ser espontâneo, mas quando começei a levar a sério, ficou muito mais racional, o que acabou sendo um “balde de água fria” no meu desenvolvimento de histórias.E também concordo com você Felipe. Também leio diariamente esse MARAVILHOSO site. Entre todos que já lí que tem como objetivo a ajudar jovens escritores (foram muitos), o ficção em tópicos e aprendiz de escritor (que o Diego deve conhecer) são meus prediletos.
Gean Riwster
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Oi Laís
A abordagem racional só permite que você “conclua uma história”, o que significa que seu raciocínio lógico vai tirar conclusões que façam sentido para você. Grandes chances que muitos outros escritores já tenham chegado a conclusões parecidas.
Por isso acredito ser importante que você crie oportunidades para ser mais espontânea, para que você possa “criar uma história”, o que significa usar a sua intuição para tirar conclusões que façam sentido para os seus personagens.
Conheço bem essa dificuldade de impedir que a inteligência interfira no processo. É preciso reeducar a mente para que ela passe a respeitar sua intuição. Vou escrever uma dica mais detalhada sobre isso.
sds
Diego -
Oi Felipe.
Obrigado a você pela pergunta que gerou a dica e pela leitura.
sds
Diego -
Oi Gean
Se você escrever apenas usando a abordagem espontânea, sua história provavelmente não vai ficar bem estruturada, correndo o risco de parecer mais páginas soltas de um diário de sonhos.
Espontaneidade não é melhor que racionalidade. Cada abordagem tem sua importância no processo de criação. Você só precisa saber em que momento deve focar mais em uma ou outra.
E não há nada de errado em ser perfeccionista. O que você precisa é aprender a canalizar esse excesso de racionalidade para o lugar certo.
Obrigado pelas visitas e participação constantes com seus comentários, Gean.
sds
Diego -
Eu também sou mais racional e caio no mesmo problema e acabar pensando demais e escrevendo de menos. Procuro verificar bem a montagem de cada frase, o que torna escrever umas poucas linhas um desafio de horas!
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Oi Fagner
Sugiro que você experimente escrever com mais espontaneidade e use todas essas horas para refinar a montagem de cada frase. É uma outra forma de encarar o desafio de colocar uma história no papel. Obrigado pela leitura.
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Olá, acabei de me cadastrar, estou amando esse site, há tempos venho buscando coragem para me profissionalizar como escritora, na verdade sempre me faltou coragem, e agora venho sentindo uma necessidade imensa,incontrolável, preciso começar, e quero buscar as técnicas necessárias, espero poder aqui aprender muito, porque sou do tipo que no geral não escrevo, psicografo rsrsrs….e quero apurar e criar uma técnica e um estilo de escrita, estou lendo os tópicos e vendo que existem vários pontos simples a serem estruturados e que realmente deverão me ajudar muito.
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Mesmo sendo bastante espontâneo, tenho a dádiva de saber racionalizar minhas histórias. Fico até surpreso com algumas dicas que vejo no site, pois já estruturava minhas história e as usava antes mesmo de lê-lo rs.