Histórias de ficção têm o potencial de envolver os sentidos do leitor. Paladar, olfato, tato, audição, visão, senso de movimento, de distância, de temperatura, de passagem do tempo. Você evoca tais sensações através da forma como escolhe descrever detalhes e particularidades do universo da sua história.
Suas palavras são os olhos, os ouvidos, o nariz, a boca e a pele do leitor. Ao escrever cenas para suas histórias de ficção, considere os benefícios de colocar o leitor no mesmo contexto sensorial em que seus personagens se encontram. Chegue mais perto, escute os sons, sinta os cheiros, sabores e texturas presentes no cenário. Ofereça percepções que enriqueçam a narrativa e contribuam na construção da atmosfera da cena.
Se o personagem foi para cama, experimente colocar o leitor embaixo das cobertas e fazer ele sentir a cabeça afundando no travesseiro, a aspereza dos lençóis e o aroma do incenso queimando na mesa de cabeceira. Se ele está no topo de uma montanha, considere mencionar a brisa suave assoprando seus cabelos ou o suor acumulado nas suas meias de lã durante a subida ou as paredes secas da boca sedenta por um gole d’água. Ao escrever para os cincos sentidos, você cria uma experiência de leitura mais viceral e prazeirosa.
Leia as dicas 1 à 50.
Leia as dicas 51 à 100.
5 Comments
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Muito boa essa dica, só tem que se tomar cuidado (como tudo) para não exagerar, senão a história acaba ficando mais descrição de cenários do que o enredo em si.
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Tudo que se usa demais, se gasta rápido. 😉
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Essa é, sem dúvida, uma das mais graciosas dicas que temos. É muito agradável quando, numa narrativa, leio sobre a sensação do tato ou mesmo a intensidade da voz com o qual fala o personagem. Isso é muito bacana! 😀
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Giovanni, acho impressionante como tinta preta impressa em um papel tem esse poder de evocar nossos cinco sentidos, e dar vida à personagens. Sempre que leio uma história, me surpreendo com o incrível poder das palavras de criar mundos inteiros na mente.
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Acho interessante o uso de sinestesias: ” deliciava-se com um prato dos mais refinados do cardápio, apreciando-o com a boca ,com os olhos, ouvidos, nariz e mãos”.
“O seu cheiro macio e confortável de amêndoas enchia o meio de uma naturalidade quase espontânea”