O trabalho do escritor é solitário. Passamos incontáveis horas tentando preencher páginas vazias com nossos pensamentos e emoções. Somos incansáveis em nossa busca pelas palavras certas para expressar ideias que nos parecem importantes, urgentes, poéticas, verdadeiras, profundas, divertidas, provocadoras, curiosas. Mas com frequência, nos sentimos bloqueados e desestimulados. Empacamos em um ponto da narrativa e não conseguimos imaginar como seguir em frente ou nos decepcionamos com os resultados dos nossos esforços criativos. Não demora muito até começarmos a questionar nossas habilidades de escrita e o valor das nossas ideias.
Como resultado, editamos obsessivamente o mesmo texto incontáveis vezes, abandonamos narrativas pela metade ou, dependendo do nível de frustração, até mesmo paramos de escrever por um longo período de tempo. Nosso orgulho muitas vezes nos impede de pedir ajuda. Nos sentimos menos criativos se não conseguimos encontrar sozinhos uma forma de melhorar nossos textos. Acreditamos que, nós mesmos, devemos encontrar soluções para todos os desafios que nossas narrativas apresentam.
Concordo com o escritor Austin Kleon que um dos mitos mais destrutivos sobre criatividade é a ideia do artista isolado e antissocial. Ele seria um indivíduo com talentos e habilidades extraordinárias que, livre da influência de outras pessoas, cria o inimaginável e apenas compartilha seu trabalho depois de pronto. Escrever, de fato, requer isolamento. O escritor precisa se distanciar do mundo externo para entrar em contato com seu mundo interno. Sozinho, ele precisa escrever, reescrever, editar e revisar, até chegar na melhor versão que consegue imaginar para o texto naquele momento. Só então, a narrativa está pronta para encarar seus primeiros leitores.
Mas isso não significa que você precisa se isolar completamente até esse momento chegar. Muito pelo contrário. Conversar sobre seus bloqueios criativos pode ajudar você a ganhar perspectiva sobre uma ideia que está desenvolvendo, clarificar o que você está tentando expressar em um texto e despertar sua consciência para hábitos improdutivos que impedem você de terminar suas narrativas ou alcançar os resultados que deseja.
Comunidades de escritores são ótimos espaços para você trocar experiências. Seus medos, ansiedades, dúvidas e inquietações vão encontrar companhia, e você vai perceber que muitas das suas dificuldades são comuns a todos que escrevem histórias. Procure em sua cidade por grupos de escritores que se encontram regularmente para compartilhar textos e ideias. Se você não encontrar nenhum, crie você mesmo um grupo.
Leia as dicas 1 à 50.
Leia as dicas 51 à 100.
2 Comments
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Oi, tenho buscado sites legais a respeito do trabalho do escritor. Aproveito e divulgo http://www.leitorcritico.com.br
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Oi Kika. Obrigado pela visita. Vou conferir o site Leitor Crítico.