Releia histórias dos seus escritores favoritos regularmente. Considere porque essas elas despertaram sua curiosidade no início do texto e como elas prenderam sua atenção até o final. Esse tipo de leitura mais atenta e cuidadosa é diferente da leitura por simples prazer. Aqui, seu objetivo é tentar entender o que, especificamente, você admira no estilo desses escritores e por quê. É a forma como eles descrevem o mundo em que a história se passa? São os personagens com quem você se identifica? É o ritmo envolvente da narrativa? É a forma como os eventos do enredo se encaixam?
Desconstrua suas histórias favoritas capítulo por capítulo, página por página, parágrafo por parágrafo, linha por linha, palavra por palavra. Entenda a função de cada um desses elementos na construção das histórias. Desconstruir um texto significa pensar sobre a função de cada parte da narrativa, entender como o escritor interliga essas partes e como elas, em conjunto, provocam certas emoções durante a leitura.
Digamos que o primeiro parágrafo de uma história deixou você emocionado. Desconstruir esse parágrafo significa considerar como o escritor provocou essa emoção em você. Por que o escritor começou o texto desta forma e não de outra? Que imagens as primeiras frases do texto evocaram? Em que ordem as informações foram apresentadas? Qual a primeira impressão que temos sobre os personagens? O que o escritor parece estar tentando expressar com essa história?
Além disso, é importante que você identifique as passagens do texto que você não gostou ou que provocaram tédio e indiferença. Entender porque certas partes da narrativa não envolveram você vai lhe ajudar a desenvolver seu senso crítico para identificar trechos das suas histórias em que você, talvez, esteja entediando o leitor.
O exercício de estudar e analisar as nuances de textos que você gosta vai lhe ajudar a espiar dentro da mente dos seus escritores favoritos, entender como eles organizam o texto para provocar certas emoções e considerar formas de usar técnicas semelhantes em seus textos.
Leia as dicas 1 à 50.
Leia as dicas 51 à 100.
8 Comments
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Estudar a técnica é uma parte que realmente pode ser divertida. Não que eu tenha alguma experiência, mas se determinado autor tem mais que duas obras publicadas, dá pra perceber os trejeitos, as ênfases e até mesmo prever os rumos da história. Bem interessante.
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Eu me divirto muito investigando os meus textos favoritos. Muitas vezes me surpreendo quando leio algo novo de um autor que já conheço e, ainda que eu consiga perceber o estilo dele no texto, não consigo prever o rumo da história. Isso é meio caminho pra um final feliz.
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Agora já sei onde esses escritores copiadores tiraram a ideia de fazer livro de vampiros.
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Se, como geralmente se diz sobre diversas atividades, é preciso praticar muito para ser bom naquilo que se faz, na atividade de escrita, é preciso muito mais praticar outra atividade, a leitura. Temos que ser, antes de tudo, leitores constantes. Certo que é preciso sim praticar a escrita, e isso de fato a aperfeiçoa com o tempo, mas se você se detém somente a escrever – por um ímpeto, um desejo enorme ou o que seja – o mais provável é não dar certo. Não dá pra ler o seu primeiro livro e querer escrever algo muito bom (e aqui eu num tô querendo inibir ninguém não). A descoberta natural de escritores favoritos é incrível em todo esse processo.
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Preciso ler mais antes de começar a desconstruir. Mas achei interessante essa ideia. Isso pode ser útil para encontrarmos o “ponto em comum” que nossas histórias favoritas possuem. Esse, creio eu, deve ser o princípio motor de nossas próprias histórias. Se você trabalhar em cima desse ponto em comum será pouco provável que sua história se torne um plágio. Ambas (a sua e as dos seus autores) terão em comum apenas esse princípio!
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Há alguns anos eu venho fazendo esse exercício, especialmente depois que comecei a escrever contos (e tentativas de romances rsrs).
Tenho aprendido muito analisando textos como os de Marion Zimmer Bradley e Dan Brown, e absorvido o que de melhor tenho conseguido com eles.
Maravilhosa a dica.
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Tenho vários livros favoritos mas o que mais me marcou foi O Hobbit de J. R. R. Tolkien, já o li pelo menos uma nove vezes na vida mas nunca estudando o texto como é exemplificado aqui. Creio que a décima será dessa forma. Hehe…
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Verdade j.t nakamura. Li alguns livros de vampiros e sempre me integrou onde os escritores buscam inspiração .Gostei muito do livro Kaori perfume de vampira. Você pode me indicar algum livro de vampiros? Eu gosto muito.